quinta-feira, 9 de junho de 2011

Opinião - Selo do INMETRO: Certificação ou Reserva de Mercado?


Logo após publicar o post abaixo em que falamos sobre algumas leis equivocadas e inócuas na tentativa de reduzir o problema da insegurança no trânsito me chamaram a atenção para o texto do André Garcia no site Best Riders (confira aqui) sobre a ilegalidade da exigência do selinho do Inmetro.
Concordo com o texto e recomendo sua leitura. Não é preciso nem entender de direito para ver que uma lei que proíbe você de usar um dos melhores capacetes do mundo, sem o selo do Inmetro, e permite usar um desses de R$ 50,00 oferecidos como brinde na compra de uma moto (com o selo do inmetro), não pode estar certa.
Claro que concordo com a exigência de certificação e fiscalização quanto a qualidade do que se produz e vende aqui (o Inmetro poderia até ser mais rigoroso), mas do jeito que está a lei tem incoerências e precisa ser revista.

3 comentários:

Renato disse...

Leia as declarações do diretor do Denatran. Isto aqui não é um país sério.

goo.gl/VBgSb

Anônimo disse...

Os problemas são que alguns desses "melhores capacetes do mundo", simplesmente não são. Uns selos de qualidade muito paparicados por aqui não só são muito criticados por especialistas, como há coisas como versões diferentes para exportação, ou seja, o "nosso" selo com a suposta aprovação gringa bam-bam-bam não quer dizer que o capacete é da mesma linha da aprovação bam-bam-bam de lá dos gringos mesmo.

Tem muita confusão nesse assunto, as pessoas costumam pensar que o melhor é um capacete "duro" com kevlar e não sei mais o que, mas na verdade o capacete funciona amortecendo o impacto, sendo "mole", quebrando no lugar da nossa cabeça, não transmitindo o impacto.

Os americanos têm pelo menos duas "linhas" de selo, não lembro os nomes agora, só a Snell (ou algo assim), que é uma fundação de segurança (e é a mais criticada em seus critérios), e uma outra que é meio como um equivalente do inmetro, e cujos critérios exigidos são melhores, mas com o grande porém que, diferentemente do inmetro, parece que não há inspeções obrigatórias em uma amostragem da produção e etc. As fábricas fazem os testes que quiserem por conta própria, fazem ou não os testes que quiserem, e podem por o selo se acharem que ele o capacete cumpre os requisitos. E o selo só será tirado se eventualmente houver uma denúncia e etc. Ou seja, por incrível que pareça, parece que o sistema brasileiro é melhor quanto a isso. (O que não é tão surpreendente se lembrarmos que por lá as leis são muito mais frouxas, não só você pode usar aqueles "peruzinhos", capacetes de couro, como capacete nem sempre é obrigatório para começar).

Mas apesar de não ser obrigatória a bateria de testes, parece segundo um "estudo" pago pela motorcycle magazine (ou ao menos reportagem), os capacetes mais baratos americanso (não-Snell, os do outro selo), estão geralmente em conformidade com o prometido.


Aqui vai o link para a extensa reportagem. É bem interessante, lida com toda essa questão de como realmente funciona um capacete e quão duro deve ser e etc. Tem mitos muito comuns, gente que fala coisas como "um EBF até que vai quando você vai andar só perto de casa, ir na padaria, mas se for pegar a estrada vai querer um desses com kevlar" -- e é justamente o contrário! Para as quedas em estradas há menor necessidade de rigidez do capacete, e a "maciez", a capacidade dele absorver o impacto, vai preservar mais sua cabeça. Já na cidade são mais comuns as "quinas" onde a sua cabeça pode bater (em vez de só cair contra o asfalto reto), e aí sim vale a pena perder alguma "maciez" por dureza, ainda que o impacto não deixe de ser pior por causa disso.

Parece que o jornalista autor foi demitido, incomodou os fabricantes dos capacetes mais caros, que não têm justificativa no preço em segurança, só em marca/nome mesmo.

http://www.motorcyclistonline.com/gearbox/motorcycle_helmet_review/index.html

Kleber Klein/RJ disse...

Como sempre, as opiniões são desencontradas, mas, não há dúvida de que é melhor ver alguém usando o capacete do que não usando, entretanto, cobrar selinhos do Inmetro ou certificações, saão mais apropriadas serem cobrados de quem vende capacete, pois, o comercio com o passar do tempo eliminaria tais capacetes. Fazer a autoridade policial cobrar selinhos ou etiquetinhas de Shoeis importados, ou assemelhados, é realmente obrigar a alguém com um capacete importado, ao adentrar na fronteira, deverá comprar um penico brasileiro de 50 e poucos reais como os encontrados na Boca/SP. É ridículo e não é o objetivo da autoridade policial, é só para vender capacete ou aplicar multas. É a realidade brasileira, onde educar não tem importância, o estado tutela tudo, até o seu bolso, ele não te dá o que cobra, mas, isto não importa.