sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O que dizem os números?


Essa tirei do site motosegurança . Uma pesquisa que, embora já antiga, deve manter-se atual na maior parte de suas conclusões. De uma olhada abaixo e depois me diga o que achou. Surpreso com algum dos ítens? Discorda? Comente a vontade.
Nos dados estudados sobre acidentes, há algumas observações especiais relacionando a causa dos acidentes, ferimentos causados e características dos acidentes de motocicleta estudados. Estas conclusões estão resumidas abaixo.

1. Aproximadamente três quartos dos acidentes motociclísticos envolveram uma colisão com outro veículo, que na maioria das vezes era um carro de passageiros.

2. Aproximadamente um quarto dos acidentes foram de apenas um veículo, envolvendo a motocicleta colidindo com a rodovia, ou algum objeto existente no ambiente.

3. Falha mecânica foi responsável por menos de 3% dos acidentes e na maioria das vezes foram acidentes de apenas um veículo, onde a perda de controle foi decorrente de um pneu furado.

4. Nos acidentes de apenas um veículo, o erro do piloto estava presente em dois terços das vezes, como fator de causa, sendo o erro típico a queda em função da aplicação excessiva de frenagem ou da abertura do raio da curva em razão do excesso de velocidade, ou falta de inclinação da motocicleta.

5. Defeitos do pavimento (ranhuras, buracos, emendas, etc.) foram responsáveis por 2% dos acidentes. Houve o envolvimento de animais em 1% dos acidentes.

6. Em dois terços dos acidentes com múltiplos veículos, o motorista do outro veículo violou a preferencial do motociclista, causando o acidente.

7. A incapacidade dos motoristas em detectar e reconhecer motocicletas no transito, é a causa predominante dos acidentes com motocicletas. O motorista do outro veículo envolvido na colisão “não viu” a motocicleta antes da batida, ou somente a enxergou quando era tarde demais para evitar o acidente.

8. Ações hostis deliberadas do motorista contra um motociclista, raramente é causa de acidente. A configuração mais frequente, é o motociclista indo reto, quando o carro faz uma conversão para a esquerda, na frente da motocicleta.

10. Interseções são os lugares mais prováveis para o acidente de motocicleta, com o outro veículo violando a preferencial e, geralmente, violando as leis de trânsito.

11. Condições climáticas não são um fator de acidentes com motocicletas, em 98% das vezes.

12. A maioria dos acidentes com motocicletas envolvem pequenos trajetos associados à uma ida ao shopping, pequenas tarefas, amigos, diversão ou recreação, com o acidente acontecendo a pouco tempo da origem do trajeto.

13. A visualização da motocicleta pelo motorista do outro veículo envolvido no acidente é limitada em função de brilho, ou obstruída por outros veículos, em quase 50% dos acidentes com mais de um veículo.

14. Visibilidade da motocicleta é um fator crítico nos acidentes com mais de um veículo, sendo que o envolvimento em acidentes é significativamente reduzido pelo uso do farol ligado (inclusive de dia) e o uso de jaquetas nas cores amarela, laranja ou vermelho-vivo, de alta visibilidade.

15. Vazamentos do sistema de combustível estiveram presentes em 62% dos acidentes de motocicleta, na fase pós-batida. Isto representa real perigo de fogo.

16. A velocidade média pré-batida foi de 47,7 km/h e a velocidade média das batidas foi de 34,4 km/h. Em uma a cada mil batidas, a velocidade aproximada é de 138 km/h.

17 No típico acidente de motocicleta, restrições do campo de visão pré-acidente não influenciaram em nada a visão periférica – mais de 75% de todas as ameaças/causas estavam dentro de um ângulo de menos de 45º de cada lado do motociclista.

18. A conspicuidade da motocicleta é mais crítica quando a moto e o piloto são vistos de frente.

19. Defeitos do veículo relacionados à causa do acidente são raros e provavelmente resultantes de manutenção deficiente, ou inadequada.

20. Motociclistas com idades entre 16 e 24 anos tem presença acima de média nos acidentes; motociclistas entre 30 e 50 estão significativamente sub-representados. Apesar da maioria dos acidentados em motocicletas serem homens (96%), a presença de mulheres está acima da média nos dados relativos aos acidentes.

22. A maior parte dos envolvidos nos acidentes era de trabalhadores (operários, mão de obra, etc.) e de estudantes.

23. Motociclistas com autuações de trânsito recentes e participação em outros acidentes estão acima da média nos dados da pesquisa.

24. Os motociclistas envolvidos em acidentes geralmente não possuem treinamento; 92% são autodidatas, ou aprenderam com a família ou amigos. O treinamento (cursos) para motociclistas reduz o seu envolvimento em acidentes e está relacionado à redução dos ferimentos, em caso de acidente.

25. Mais da metade dos motociclistas envolvidos nos acidentes tinha menos de 5 meses de experiência na motocicleta com que se acidentou, apesar de sua experiência total ser de quase 3 anos. Motociclistas com experiência na terra aparecem significativamente abaixo da média.

26. Falta de atenção à pilotagem é um fator comum no motociclista envolvido em acidentes.

27. Quase metade dos acidentes fatais mostram envolvimento com álcool.

28. Nestes acidentes, os motociclistas mostraram problemas significativos para evitar a colisão. A maioria dos motociclistas aplicaram demasiado freio na roda traseira, fazendo-a travar, e menos do que deveriam na roda dianteira, reduzindo a capacidade de desaceleração. A habilidade de contra-esterçar e desviar esteve essencialmente ausente.

29. O típico acidente de motocicleta permite ao piloto menos de 2 segundos para completar ações que evitem a colisão.

30. Motocicletas com passageiros não estão presentes acima da média nos acidentes.

31. Os motoristas dos outros veículos envolvidos numa colisão com motocicleta não diferem dos envolvidos em outros tipos de acidentes, com a exceção das populações entre 20 e 29 anos, ou com mais de 65 anos, que aparecem acima da média. Da mesma forma, estes motoristas não possuem familiaridade com motocicletas.

32. Motocicletas de grande cilindrada aparecem abaixo da média nos acidentes, mas estão associadas com ferimentos mais graves quando envolvidas em acidentes.

33. Os dados não mostram qualquer efeito da cor da motocicleta no seu envolvimento com acidentes, porém estima-se que seja insignificante, pois a superfície frontal da motocicleta é a que é usualmente vista pelo outro veículo envolvido no acidente.

34. Motocicletas equipadas com carenagens e parabrisa aparecem abaixo da média nos acidentes, provavelmente em função da visibilidade e pela associação com pilotos mais experientes.

35. A frequência de motociclistas sem carteira de habilitação para dirigir motos, ou carteira de habilitação de motorista, ou mesmo com a carteira apreendida, foi significativa.

36. Modificações, como as associadas às “semi-chopper” ou “café racer” aparecem decididamente acima da média nos acidentes.

37. A probabilidade de ferimento é extremamente alta em acidentes com essas motos – 98% dos acidentes com colisão de mais de um veículo e 96% dos acidentes de apenas um veículo, resultaram em ferimentos no motociclista; 45% resultaram em ferimentos mais sérios.

38. Metade das lesões nas regiões somáticas ocorreram no pé, tornozelo, parte inferior da perna, joelho e parte superior da perna.

39. Protetores de motor (mata-cachorros) não são eficazes para evitar ferimentos; a redução dos ferimentos nos pés/tornozelos é proporcional a um aumento dos ferimentos na parte superior das pernas, joelhos e parte inferior da perna.

40. O uso de botas grossas, jaquetas, luvas, etc., é eficaz na prevenção, ou redução, das abrasões e lacerações, que são ferimentos freqüentes, porém raramente sérios.

41. Ferimentos na região escrotal foram registrados em pelo menos 13% dos acidentes, que tipicamente foram colisões com o envolvimento de mais de um veículo, com impacto frontal em velocidades superiores à média.

42. A seriedade dos ferimentos aumenta proporcionalmente com a velocidade, álcool e tamanho da motocicleta.

43. Setenta e três por cento dos motociclistas envolvidos nos acidentes não estavam usando proteção para os olhos e é provável que o vento nos olhos desprotegidos tenha contribuído para o comprometimento da visão, o que por sua vez retardou a detecção do perigo/ameaça.

44. Aproximadamente 50% dos motociclistas estavam usando capacete, na rua. Porém apenas 40% dos envolvidos com acidentes estavam usando o capacete no momento do acidente.

45. O uso voluntário de capacete pelos motociclistas envolvidos em acidentes, era menos freqüente nos pilotos menos treinados e com pouca educação de trânsito, em dias quentes e em trajetos curtos.

46. Os ferimentos mais letais às vitimas dos acidentes, foram aqueles no peito e na cabeça.

47. O uso de capacete é o único fator crítico na prevenção ou redução de ferimentos à cabeça; o capacete que possua a certificação FMVSS 218, é uma eficaz medida contra lesões.

48. O uso de capacete não resultou na atenuação de sons críticos no trânsito, nem tampouco na limitação do campo visual pré-acidente, ou em cansaço ou desatenção; nenhum elemento relacionado às causas dos acidentes pode ser atribuído ao uso do capacete.

49. O FMVSS 218 provê um alto nível de proteção nos acidentes de trânsito e precisa apenas de modificações para aumentar a cobertura da parte de trás da cabeça e demonstrar proteção em impactos na parte frontal dos capacetes fechados, além de garantir que todos os tamanhos para adultos estejam de acordo com esse padrão.

50. Motociclistas e passageiros usando capacete, apresentaram índices significativamente menores de ferimentos na cabeça e nuca, considerando-se todos os tipos de ferimentos e em todos os níveis de gravidade.

51. A cobertura adicional oferecida pelo capacete integral (fechado) aumenta a proteção e reduz significativamente ferimentos na face.

52. Usar capacete não representa qualquer perigo para a nuca; motociclistas usando capacete, tiveram menos lesões na nuca do que os que não usavam. Apenas quatro lesões menores puderam ser atribuídas ao uso de capacete e em cada caso, o capacete preveniu contra possíveis ferimentos fatais na cabeça.

53. Sessenta por cento dos motociclistas não estavam usando capacete no momento do acidente. Desse grupo, 26% disseram que não usavam capacetes porque era desconfortável e inconveniente, e 53% simplesmente não tinham expectativa de se envolver em um acidente (!!!).

54. Menos de 10% dos motociclistas envolvidos nos acidentes tinha qualquer tipo de seguro, tanto para cobrir cuidados médicos, como para danos a propriedade.

5 comentários:

Emilio disse...

Postei esse texto na comunidade da Intruder 125 quando estava pesquisando sobre a eficácia do Mata-Cachorro. Acabei ganhando muito mais ao encontrar essa pesquisa, que é muito esclarecedora, que se não me engano foi peita por um departamento de trânsito dos EUA ou Inglaterra.

Izaias Góes disse...

É de grande valia esse tipo de esclarecimento, serve para todos nós, motoristas ou motociclistas. parabéns

Anônimo disse...

Esse estudo é MUITO, MUITO antigo e analisa uma realidade totalmente diferente da nossa.

Youssef disse...

Amigo, como disse, não acredito que muito coisa mude.
No geral, o texto aponta para coisas ainda relevantes.
Alguns dados, como o que fala sobre a falta de proteção aos olhos tem a ver com um contexto em que o capacete não era obrigatáorio, por ex. Mas a maioria das conclusões permanece atual.

Pakuista disse...

Mas ainda hoje a proteção dos olhos(viseira) não é usada, e quando usada é uma viseira de péssima qualidade com menos de meio milímetro.